"Não tivemos dúvidas de que era no Jardim Fernandes que iríamos morar."
Fim de tarde, início da noite. Hora em que, depois de um dia de trabalho, muitas pessoas estão indo ou chegando ao aconchego do seu lar para relaxar.
Foi assim que encontramos o casal Moacir e Maria Helena. Logo na chegada, fomos muito bem recebidas, começamos a entrevista que mais parecia um bate papo muito descontraído.
Dr. Moacir lembra-se de quando conheceu sua esposa: "Na época, cursava medicina e a Helena morava próximo á faculdade onde seu pai tinha um bar, por sinal o mais antigo da cidade". Do namoro ao casamento, que foi no dia 7 de setembro, foram sete anos, expressa Maria Helena olhando para o marido com uma enorme ternura.
Dr. Moacir se recorda da compra do lote e de como era o local na época, em 1978: "O único acesso pelo bairro era feito pela rua ao lado do Supermercado Sé, só tinha chácaras em volta, usávamos como ponto de referência o Alarme e o Campo do Rio Preto".
E Helena, sempre com vivacidade no olhar e dinamismo nos gestos, completa: " Foram mais ou menos três anos para terminarmos a casa, porém mudamos para Mato Grosso e, quatro anos depois, voltamos. Não tivemos dúvidas de que era no Jardim Fernandes que iríamos morar". Suspira saudosa e, com os olhos ainda mais brilhantes, continua: "Criamos nossos três filhos aqui. Ana Paula, a mais velha, na época, tinha seis anos, já André, três anos e a Bia, um mês. Muito simpáticos e bem conversadores, o casal escolheu o Fernandes para viver e morar " porque é um bairro tranqüilo e traz comodidade".
Dr. Moacir Alves Borges tem 59 anos. Os cabelos grisalhos e a voz calma revelam sua experiência de vida como médico do Hospital Austa Clínicas e professor da Faculdade de Medicina de Rio Preto.
Já Dona Maria Helena Pina Borges, 55 anos, é alegre e sempre sorridente. Seu olhar deixa transparecer muita força e dinamismo. A casa, muito confortável e bem espaçosa, com detalhes que revelam o bom gosto por peças antigas de valor cultural, ganha a dimensão e o aconchego de um chalé, tal o ambiente de declarado calor humano.
Num clima descontraído, nos despedimos de Helena e Moacir. Logo na saída da sala, Dr. Moacir mostrou o seu chapéu caipira feito de pelica e Helena ainda esclareceu: "É diferente do chapéu de peão, este é o legitimo caipira". Assim fomos embora. O céu já estava bem estrelado e, ainda aquecidas pela companhia do casal, nem percebemos que a noite era de inverno.
(Almedes Desidério / Luciana C. Vitta) Jornal Voz dos Jardins